Guia de boas maneiras gerenciais

Guia de boas maneiras gerenciais

Se você gerencia pessoas há algum tempo, já deve ter aprendido que o ser humano é um ser social, complexo, que tem motivações relacionadas a seus costumes e moral. É um ser em desenvolvimento, que vive diferentes fases ao longo de sua vida, tem aprendizados, sofre perdas e tem períodos de “letargia”.

Enquanto gerente de projetos você até pode preocupar-se somente com prazos, escopo e custos. Mas na liderança funcional, nada mais importante que o foco no ser humano, visando minimizar o impacto do trabalho na vida substancial do indivíduo.

Se você é um gerente iniciante, muita atenção às lições abaixo. Observe, reflita sobre si mesmo e principalmente, controle sua ambição, tudo acontece a seu tempo. Abaixo as principais lições que coletei nestes anos de trabalho:

  1. Se elogiar, faça em público. Se for chamar atenção, faça em privado – As pessoas possuem um elemento chamado EGO, extremamente sensível por mais forte que a pessoa possa parecer. Atingí-lo positivamente (e honestamente) é arma de guerra em seu favor, mas chamar atenção de pessoas em público é frequentemente considerado um desrepeito.
  2. Maneire no egocentrismo. O time não é seu, é de todos – Frequentemente vejo novos gerentes referindo-se ao time de trabalho como “seus”. As posições de trabalho se modificam, líderes mudam de departamentos, pessoas mudam de empregos. Chamar o time de “seu” é um engano justificável apenas se utilizado para criar a sensação de proteção e/ou de estabilidade para o time.
  3. Organize-se. Mudanças de rumo constantes acabam com o comprometimento – Líder perdido = time confuso. Se você coordena pessoas, esforce-se para criar uma linha de trabalho de médio/longo prazo e mostre o acompanhamento às pessoas. Para alguns perfis de pessoas não há problema em fazer apenas o que se manda, para outros há. Mostrar uma visão de médio/longo prazo não trará nenhum malefício.
  4. Tenha humildade, se você fosse bom estaria na NASA – A situação mais comum é você trabalhar com pessoas de nível intelectual similar ao seu, por isso existem “imediatos” a cada grupo de funções. Se você se acha muito superior, procure outro local de trabalho, por exemplo na NASA. Senão, melhor adaptar-se ao ambiente e tratar as pessoas com respeito. “Por favor”, “Com licença” e “Obrigado” fazem sempre bem.
  5. Faça o social. Muitas atividades são realizadas por afinidade – “O ser humano é um animal social”, necessita e valoriza intensamente as experiências sociais, por isso, embora alguns autores recomendem distancia entre subordinados e superiores, convém haver interação social conforme a cultura do indivíduo de modo a criar empatia entre as partes. Encontre o equilibrio nas suas relações sociais no trabalho.
  6. As pessoas não são apenas diferentes, elas vivem momentos diferentes ao longo da vida – Num grupo de pessoas, raramente todas estão no mesmo “espírito”,  uma tem preocupação com os filhos, outra está planejando na carreira, outra está preocupada com dívidas, outra está doente e assim por diante.
    Existe uma infinidade de situações que diferenciam o que somos de como estamos. Se você é um líder funcional, procure conhecer as pessoas, perceber o “momento”, o que as motiva e como se comunicam, antes de simplesmente alocar atividades e cobrar resultados. Você até pode tratar as pessoas como máquinas, mas nunca terá “a milha a mais” que elas podem oferecer.
  7. Cada um tem o emprego que merece. Não adianta reclamar, faça o que puder para melhorar as coisas – Você é o primeiro exemplo de seus liderados. Reclame do salário, dos benefícios, do dissídio e logo todos estarão empenhados em reclamar também. Se não está satisfeito, procure fazer algo para melhorar sua situação – estude, seja proativo, faça a “milha a mais”, ou simplesmente procure outro emprego.
  8. Estimule seu time a pensar, não resolva os problemas por eles – Seja qual for sua posição gerencial, lembre-se: “duas cabeças pensam melhor do que uma”. Concentre sua energia na coordenação das atividades e não na definição da forma. Se for necessário um padrão, junte especialistas para que montem um.
    Lembro-me de três ocasiões em que a Liderança Diretiva é recomendada: Em um time novo, quando há uma pessoa em capacitação e quando há uma crise/urgência.
  9. Não busque culpados, busque soluções. O gerente é responsável pelo resultado do projeto – A busca de culpados eventualmente pode ser necessária, no entanto, não é nada produtiva. Se há um problema, busque uma solução. E sendo gerente de um projeto, lembre-se que é pago para antecipar problemas (riscos) sempre que possível. Buscar culpados provavelmente não irá lhe ajudar no resultado final.
  10. Se ninguém entende o que você fala, pense na possibilidade de se comunicar melhor- Mesmo os maiores sábios da humanidade conseguiram formas de comunicar idéias complexas e abstratas de forma inteligível à pessoas simples, num nível de clareza suficiente para lhes trazer benefício. Se você não está sendo compreendido, ajuste seu modo de falar.

Eli Rodrigues

Publicado por: Eli Rodrigues

There are 3 comments for this article
  1. Pingback: Uma reflexão sobre o comportamento organizacional americano « Liderança e Gestão de Projetos
  2. Leonardo Lima at 17:51

    Parabéns pelo Blog, encontrei muita coisa do que eu precisava para meu novo desafio, Coordenador de TI.

  3. Ricardo at 12:56

    muito obrigado pelas dicas.
    estão sendo muito uteis no meu dia a dia como Gerente Funcional.