Princípios da Liderança no filme “Planeta dos Macacos – A Origem”
Assisti ao filme “Planeta dos Macacos – A Origem” esta semana e fiquei muito impressionado com o roteiro dinâmico, montado com todos os elementos da ascensão de um herói. Mas no dia seguinte, enquanto esperava o atendimento na fila do poupa-tempo, acabei percebendo princípios muito fortes da liderança e resolvi compartilhar com vocês, entusiastas da liderança de pessoas.
Contexto do filme
O personagem principal do filme é o César, um macaco com inteligência acima do normal. Sua mãe fora objeto de uma experiência com um vírus que regeneraria as células de um cérebro doente, mas que aplicado a um animal saudável desenvolvia grandemente sua inteligência.César cresceu entre os humanos e aprendeu coisas como linguagem dos sinais, jogos (inclusive xadrez) e muito sobre o comportamento humano: civilidade, amor e fraternidade. Mas uma coisa ele apenas pôde observar pela janela: a liberdade.
Ele se sentia sozinho, por ser tão inteligente (ou mais) quanto um humano, mas não com a sua espécie. A virada acontece quando ele é preso em um abrigo de animais e pode finalmente se enquadrar. No inicio a adaptação é complicada, pois não conhecia o comportamento social dos símios, mas logo César encontra seu lugar…
Após seu período de adaptação, ele buscou deliberadamente a posição de liderança, pois tinha uma Visão de liberdade, igualdade e fraternidade e queria executá-la. Ele tinha conhecimento do mundo humano, do local para onde poderiam ir e sabia como chegar lá. Observou sua equipe e passou a conhecer seus pontos fortes e suas limitações.
“Separados somos fracos, juntos somos inquebráveis”
Ele foi incentivador de sua equipe quando distribuiu os biscoitos que simbolizavam a unidade do grupo, ao mesmo tempo em que se posicionava como protetor e provedor. Também foi capacitador do grupo, aplicando o vírus e ensinando o que precisavam para executar sua visão.
Passos utilizados na “Execução da visão”
- Inspiração do propósito – Os macacos viviam acomodados no abrigo, foi preciso inspirá-los de que haveria um mundo melhor lá fora para que se motivassem a colaborar.
- Capacitação da equipe – César capacita os demais na linguagem dos sinais e nos sons de comando.
- Instrução do plano – Nesta mesma cena (o filme dá a entender que ele) explica o plano de fuga.
- Participação e orientação na execução – Em todas as fases o líder está presente, participando e orientando a execução. Também faz adaptações no plano conforme são encurralados na ponte Golden Gate.
- Reconhecimento – Quando o gorila morre para salvá-lo, César oferece seu reconhecimento e respeito.
- Comemoração dos resultados – Quando enfim chegam à floresta, César é o primeiro a subir nas árvores altas em comemoração, incentivando os demais a fazer o mesmo.
Características da Liderança
Esse filme é um exemplo de liderança situacional, pois o personagem se utiliza de vários tipos de liderança conforme o momento. Sobretudo ele possui características muito fortes de um líder ideal como: visão, pensamento lógico, espírito de equipe, resiliência, capacidade de inspirar os liderados e desenvolver suas competências. O personagem se porta adequadamente em relação a sua equipe (de macacos), tratando cada um conforme seu temperamento, sendo coercivo, provedor, orientador, diretivo e conseguindo manter a unidade do grupo.
Embora não seja explícito, foi construído um Planejamento a partir de sua Visão de futuro, no qual as fases de “pesquisa do ambiente”, “teste da rota de fuga” e “capacitação do grupo” são as mais marcantes.
Definir a liderança é muito mais difícil que exercê-la e todos nós já fomos líderes em uma situação ou outra. Como gerente de projetos, às vezes não temos a oportunidade de construir uma equipe, pois o grupo de trabalho é temporário, mas conseguimos perceber quando passam a nos aceitar como membros integrantes (e competentes) de um grupo e a buscar nossa orientação e apoio em momentos difíceis.
O que considero mais importante é que olhemos as “pessoas como pessoas” e não como meros “recursos a serem usados”, que tenhamos a postura de servidores para lidar com os altos e baixos da equipe sem deixar “a peteca cair”, que saibamos identificar as necessidades de nossos liderados e finalmente, que consigamos levar essa equipe a alcançar os RESULTADOS esperados apesar de todos os problemas que surgirão ao longo do caminho.
Modelos, métodos e teorias conseguem extrair apenas uma pequena parte do que é a realidade da vida e da mente humana. Não existe modelo completo e nem verdade absoluta, é preciso prática contínua e muito feedback para que consigamos nos desenvolver como líderes. E não se deixe iludir, não é o tamanho da sua equipe e nem o volume financeiro que te classificam como um bom líder, são as pequenas vitórias e o contentamento da sua equipe.
“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses” (Oráculo de Delphos)
Eli Rodrigues
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Excelente observação ! Muito pertinente o seu texto, eu adorei ! Parábens !