Projeto de Implantação do PMO (Project Management Office / Escritório de Projetos)
Leia também: Como fazer uma EAP/WBS (Estrutura Analítica de Projetos)
Escritório de Projetos
O PMO (Project Management Office, em português Escritório de Projetos) é um grupo de apoio à execução de projetos, responsável pelo estabelecimento de procedimentos, documentos, treinamentos dos gerentes de projeto e pelo suporte no dia-a-dia, tanto via coaching quanto através de auditorias.
Na série “Como estruturar um PMO para o lucro” faço uma descrição detalhada dos resultados esperados para um PMO realmente significativo para o negócio. Basicamente, o PMO deve estruturar a área de projetos e acompanhar seus indicadores visando o melhor resultado possível com o recursos que a empresa possui, mas como implantar um PMO?
Implantação do PMO
Primeiramente, é preciso dizer que o projeto de implantação de um PMO é delicado e demorado. É delicado porque mexe com a cultura organizacional, modificando regras, instituindo metas e acompanhamento de indicadores, o que a maioria das empresas não possui. E é demorado porque leva tempo para que as pessoas assimilem essa nova cultura e passem a levar em consideração as recomendações colocadas, sem criar documentações pró-forma, para inglês ver.
De um modo geral, há muita resistência quando se fala nesse tipo de projeto. Muita gente não acredita que o PMO trará resultado, ao contrário, pensa-se que irá burocratizar os processos, mas isso nem sempre precisa ser verdade. No projeto de implementação que proponho abaixo há, acima de tudo, um alinhamento às expectativas do negócio e com isso, o apoio da alta administração, sem esses dois fatores é impossível implantar um PMO relevante.
O projeto contém 4 etapas:
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Diagnóstico – Período de levantamento da situação atual da empresa que tem início com a Determinação de um Patrocinador, que é alguém da alta administração que apoiará ao projeto. Nesta etapa, avaliam-se os processos como estão atualmente (AS IS), realiza-se uma avaliação de maturidade, geralmente baseada num modelo de maturidade como o OMP3, o que resulta num plano de ação e recomendações. Toma-se então a decisão de prosseguir ou não com o projeto (GO/NO GO).
- Análise – Nesta etapa é realizada uma análise detalhada do que se deseja alcançar com o PMO, modelando-se os processos AS IS (como estão) e TO BE (como vão ficar). É realizada uma análise de gaps entre as boas práticas (OPM3, PMBOK, CMMI etc) e é constituído um relatório para decisão de continuar ou não com o projeto (GO/NO GO)
- Estabelecimento – Esta etapa é a mais longa e trabalhosa de todas, pois é quando se definem todos os processos a serem utilizados, as ferramentas que serão implantadas (softwares, documentos, workflows etc). É realizado também um (ou mais) projeto(s) piloto(s) para validar o funcionamento do processo na empresa e finalmente, a partir dos resultados do projeto piloto, é realizada uma nova avaliação envolvendo os principais stakeholders , que culmina num ciclo PDCA (Ciclo de melhoria contínua baseado em 4 etapas: Plan, Do, Check e Act).
- Institucionalização – Após as avaliações da etapa de estabelecimento e a obtenção do “GO”, é realizada a institucionalização. Nesta etapa, todas as pessoas da empresa devem ser treinadas nos processos, ferramentas, devem-se discutir os processos, efetuar melhorias e finalmente, estabelecer uma rotina de QA (Quality Assurance, em português, Garantia da Qualidade), que visa acompanhar o andamento dos projetos através dos indicadores estabelecidos.
Considerações finais
O tempo e o custo de implementação dependem de quão madura a empresa está no tema Gerenciamento de Projetos, além é claro, da quantidade de pessoas, projetos envolvidos e principalmente, do apoio da alta administração. Numa empresa já madura, pode-se levar em torno de 6 meses, já numa empresa sem a cultura de processos até 24 meses.
Minha recomendação é que se busque sempre uma consultoria para apoiar, isso evita o efeito “santo de casa não faz milagre”, que faz com que um funcionário da empresa seja antipatizado e rechaçado por estar causando mudanças no ambiente. Mas também facilita a visão sistêmica, pois a equipe de consultoria tem a oportunidade de ver a empresa “de fora”. Sem falar no benefício de terem conhecimento de várias realizadas e já saberem o que funciona na implantação de um PMO, com isso evitam-se diversos erros.
Quando alguém me pergunta se vale a pena implantar um PMO, minha resposta é sempre: Sim, desde que alinhado aos objetivos estratégicos da empresa. Um PMO constituído puramente de processos, por assim dizer, cria apenas novas obrigações para a equipe e acaba, frequentemente, fracassando.
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Clique aqui para baixar o PowerPoint com a EAP.
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Eli Rodrigues
Amigo, o link para a série “Como estruturar um PMO para o lucro” está quebrado. Poderia corrigí-lo, por favor? Estou ansioso por ler sobre o assunto.
Grato!
Obrigado pelo aviso, Wagner. Corrigido!
Boa tarde!
Eli você tem alguma indicação para uma ferramenta de Gestão de Programas e Portfólio de Projetos? A ideia seria utilizar para gestão de Projetos planejados e executados em diversas empresas.
Olá Roberto,
Existem ferramentas famosas para gestão de portfólio, a saber: Clarity, MS Project Server e Primavera. Eu particularmente uso o próprio Excel, veja nos posts abaixo:
https://www.elirodrigues.com/2013/08/19/como-fazer-um-roadmap-de-projetos/
https://www.elirodrigues.com/2013/08/11/metricas-indicadores-e-dashboards-no-gerenciamento-de-portfolios/
A Tap4Mobile, empresa de aplicativos e jogos mobile onde trabalho atualmente, está desenvolvendo o Organic, uma ferramenta mobile para gestão de portfólios, ela deve ficar pronta em junho e será lançada no X Congresso Brasileiro de Gestão de Projetos, em Recife. Tão logo esteja disponível, postarei à respeito dela aqui, peço que “assine” o blog para receber as novidades.
Grande abraço,
Eli Rodrigues
Boa noite Eli,
Perfeito, que ótimo saber que está trabalhando em uma ferramenta apropriada, adequada ao conceito mobile. Gostaríamos de avaliar. Não há alguma possibilidade de testarmos a ferramenta protótipo antes do lançamento? Senão você conseguiria nos enviar informações sobre as funcionalidades da ferramenta de forma detalhada, e alguns aspectos técnicos relacionados?
Estamos avaliando se será possível estarmos presente no Congresso Brasileiro de GP.
Obrigado,
Roberto Clamer